sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Incrivelmente incrível!

Era uma vez uma menina bióloga que resolveu fazer medicina. Estudou estudou estudou. Passou! Alegria alegria!
Oi, que grupo é esse? Aaah, é o PET - Medicina. Oi, vocês organizam o Sarau, fazem uma revista, discutem um monte de coisas legais extra-medicina? Eu quero!! 
Passou! Alegria alegria!
Reuniões, reuniões, briguinhas, risadas, muitas risadas, gente legal, gente chatinha, eventos sensacionais, muito aprendizado, amigos incríveis. Incrível mesmo é como algumas pessoas conseguem se tornar completamente indispensáveis nas nossas vidas depois que as conhecemos bem. Incríveis mesmo são as minhas amadas Bombs e Jaquinha, que vou levar para sempre no meu coração. Incríveis foram esses três anos de PET, aprendendo muito, sempre, melhorando bastante e conhecendo pessoas impresionantemente incríveis. Incrível mesmo é o amor e o carinho que tenho por vocês, Bombs e Jaca, que se tornaram parte da minha família. Amo demais, meninas! Obrigada por tudo!!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

drama

Tenho essa visão da morte como algo absurdamente triste. Talvez porque não a vi de dentro - e espero que isso leve algumas décadas. Vejo apenas com os olhos de quem fica. E quem fica sofre e chora, ou talvez comemora e luta por heranças, o que faz parecer ainda mais triste.
Posso dizer que todo filme em que um dos protagonistas morre no final é classificado como drama na minha cabeça. Porque a morte é dramática. E essa minha visão destrói tudo se eu levar em consideração que todas as vidas (reais ou cinematográficas), vistas do início ao fim, acabam em morte. Todos os romances, comédias e suspenses acabam em morte. E todas as classificações não são nada se não dramas incompletos.
Talvez o que eu devesse mesmo é parar de classificar. Pessoas não são latas e vidas não são engradados, não precisam de rótulos e separações em prateleiras.
Ou então entender que vidas não são dramas, se vistas em pedaços... ou a morte não é dramática se a vida valeu a pena. E se eu repetir isso vezes o bastante talvez passe a acreditar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Meu primeiro contato com a Cerveja

 Todo mundo tem aquele dia na adolescência que dá vontade de experimentar um gole da cerveja do pai. Não é por nada não, mas não conheço uma pessoa que tenha gostado de cerveja na primeira vez. Eu detestei. E experimentei outras tantas vezes e detestei também. E agora tive um micro curso de degustação de cerveja e descobri que cerveja boa não é ruim. Entende? Nem eu...
 Mas essa é a história da Cerva, não de cerveja. Eu lembro dela, alta, magra, com um cara um pouco brava/entediada, mas que parecia legal. Era a primeira semana de aula, ainda na recepção dos calouros. Eu, na ânsia de fazer amigos que fossem ficar na turma B quando houvesse divisão (porque né, sacanagem, só conhecia gente cujo nome fica no começo do alfabeto!), decidi conversar com ela. Oi! Como você chama? Daniella. (droga... turma A). Eu sou a Natasha, quantos anos você tem? 24. (confesso que fiquei chocada. Primeiro porque ela não parecia ter 24, depois porque eu tava acostumada a só ter gente da minha idade falando comigo... tenho um certo pânico de pessoas mais velhas). E eu sei lá o que aconteceu em seguida, mas ela pareceu não gostar de mim e foi pro outro lado com cara de poucos amigos. Ou ao menos com cara de não minha amiga.
 Passou-se um ano antes que eu falasse com ela de novo. E não foi por opção, porque né, o tal pânico de pessoas que não gostam de mim antes de me conhecerem. Aconteceu da gente estar trancada na mesma sala com mais 5 pessoas, não tinha muita saída. Mas assim, depois desse um ano ela era legal pra caramba. Acho que fui eu que mudei. Perdi minha cara de quer-ser-minha-amiga e de totalmente perdida, perdi a cara de apenas mais uma na multidão de pessoas iguais com um boina amarela na cabeça.
 Esse era um daqueles momentos na vida que você tem duas opções: lembrar da sua primeira impressão (run for your liiiiife) ou ignorar e recomeçar. Eu não sei o que seria de mim se tivesse escolhido a primeira opção. Na verdade, não escolhi opção nenhuma. Porque, vamos combinar, qual a chance de eu lembrar desse ocorrido no exato momento em que comecei a falar com ela? Não lembrava, claro.
 E foi bom. Foi bom porque conheci uma pessoa que ficará para o resto da minha vida nas minhas lembranças. Aliás, na minha vida né, porque eu sou péssima de lembranças. Aquela que precisa ser a primeira a saber quando o psiquiatra me libera dos remédios. E a primeira a saber que quem sabe talvez, um dia, se o destino permitir, eu vá escrever um livro. E enfim, ela só não é a primeira pessoa querida da minha vida cujo aniversário eu esqueço. Eu já esqueci até o meu aniversário, até alguém me dar parabéns. Então desculpa, Cerva. Mesmo. Mas eu amo você, se isso serve de consolo =D você é especial na minha vida.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Filmes de terror e a vida

Filmes de terror me ensinaram uma série de coisas que eu, muito legal que sou, repasso a vocês, na tentativa solidária de salvar algumas vidas. Leiam com atenção as 10 dicas que se seguem!

1) Não mude de casa. Pessoas que se mudam sempre encontram casas mal assombradas, loucos morando nas paredes, corpos enterrados no porão ou espíritos de crianças vivendo no sótão. Isso quando o vizinho não é um serial killer de vizinhos e ninguém te contou ou o cara velho e bonzinho que mora na frente é na verdade um stalker necrófilo, que adora drogar mulheres inocentes. Reforme a casa velha e fique por lá.

2) Não more no campo. É nas fazendas que os ets sempre chegam primeiro, psicopatas prendem e perseguem pessoas com serras elétricas e zumbis fazendeiros são sempre piores, pois tem foices e tochas. Sério, fazendas significam morte prematura.

3) Não cometa bulying. A pessoa que você atormenta hoje pode morrer amanhã e te perseguirá forever. Ou, pior, ela pode ter super poderes e arrancar sua cabeça no meio de uma festa, com uma rajada de cds assassinos. Arriscar pra quê?

4) Nunca, JAMAIS, pare para abastecer seu carro em um posto chumbrega, fuleiro, desses que tem moscas voando em cima de rosquinhas esquecidas por policiais assassinados. Será seu fim. Definitivamente.

5) Sempre desconfie de empresas gigantescas que dominam setores múltiplos da sociedade, em especial o farmacêutico ou o de armas. Elas sempre acabam inventando um vírus que acabará com o planeta, deixando tudo cinza e o tempo nublado FOREVER.

6) Nunca atenda o telefone se o número na bina for o da sua própria casa ou se a última ligação tiver sido feita por uma voz estranha e ameaçadora. Assassinos em série podem desencanar de você caso sejam ignorados.

7) Não confie em pessoas que você conhece em lavandeiras. Pode ser que você acabe na famosa banheira de gelo.

8) Quando for abrir um armário naquela casa abandonada que você, idiota, insistiu em entrar, prepare-se: um gato vai saltar de dentro e você se cagará de medo.

9) Não continue amigo de brinquedos que falam sem precisar de pilhas.

10) Aquela criança fechada e estranha é sempre o escolhido para o que quer que seja. Tenha-o em bons termos - sua vida pode depender disso.

Estou trabalhando nas próximas 10 dicas. Até lá, elaborem um plano de fuga e esconderijo para quando o mundo for dominado por zumbis e fiquem seguros. Beijinhos!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Estrelas-vida

A pequena menina, de olhos muito azuis, ergueu os bracinhos com docilidade, apontando para o céu. A mãe segurava-a pelo quadril, observando seus movimentos de criança, cheia de amor e sorrisos redondos, sorrisos cor de mãe.
- Mamãe, quem mora lá? - disse, de repente, o dedinho estirado apontando o céu cheio de estrelas pontudinhas e redondas, céu de fazenda, céu de vaquinha, céu que gente raramente vê. Céu redondo, azul, vivo, mais vivo que muita gente.
- Menina, não aponte a estrela que cresce verruga no seu dedinho! - disse a mãe, sorrindo sorrisos surdos, sorrisos repletos, sorrisos céu que não se vê.
A menina olhou para o próprio dedo e então encarou a mãe, desconfiada. Abraçaram-se e sorriram, cócegas aqui e ali, gargalhadas de criança, sons gostosos para acompanhar o cantar dos grilos e dos sapos. Então a pequena ficou séria e voltou a encarar as estrelas.
- Mamãe, quem mora lá? A gente pode falar com quem mora lá?
- Mora nas estrelas? - a mãe olhou-a, pensativa. - Acho que ninguém, minha princesa.
- Ninguém? Por que não mora alguém lá, mamãe, se tem tanto espaço?
A mãe olhou-a, absolutamente sem resposta. Olhou as estrelas, em sua imensidão incabível, imensidão imensa, imensidão azul de desconhecido. Todos aqueles pequenos e muitos sorrisos redondos, sorrisos de mãe, estrelas-sorriso a brilhar. Mãe sem filhos? Podia ser? Tantas e tantas mães sem filhos?
Suspirou. A filha, a pequena filha, de pouco tempo de vida, estava certa. A pequena, de olhos azuis, azul sabedoria, azul simplicidade, azul criança sem pré-conceitos conseguia enxergar muito além, muito mais longe que ela, calejada pela rotina, amarrotada pelo dia-a-dia do não pensar. Então acreditou. Acreditou em um Deus generoso, capaz de criar toda a vida que conseguisse. Acreditou em um universo lindo, cheio de filhos, muitos filhos, a brotar vida em muitos jardins de tantas tantas tantas cores e formas e cheiros que seria incapaz de sequer imaginar. Acreditou na força da vida, a maior força que conhecemos, e imaginou-a rompendo barreiras que carregamos em nossos espíritos, como se detentores fôssemos de todas as verdades.
- Moram muitas coisas, minha querida. Tantas quanto você conseguir imaginar. Tantas quanto a criatividade de Deus permitiu criar.
A menina olhou-a e sorriu, satisfeita. Sorrisos estrela, muitos, a vagar pelo céu. Sorriso vida, muitas, a vagar pelo universo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ETs, eles já estão entre nós

  Estávamos conversando sobre extraterrestres, nestes dias em que o mundo parece que está acabando (vulgo hoje). Chovia até terra do chão, se é que você me entende. Ventania, céu escuro, raios cortando o negro. A luz pisca uma vez. Pisca outra. Acaba. Praticamente um código morse. Conversa vai, conversa vem, discutimos artigos científicos, terminamos a reunião. Sim, no escuro.
  Imagina andar num chão irregular, com galhos, água, buracos, animais. Agora imagina que você não está enxergando nada. Agora imagina que você acabou de ter uma conversa séria sobre ETs. Agora imagina que você chega em casa, descobre que não tem ninguém e que, surpresa!, não tem luz lá também.
Futuro fail, to pronta para ser abduzida.
  Eis que surge o questionamento. Lets supose que apareça um ET em sua vida e que ele queira conhecer seu mundo: o que você sabe? Geografia zero; como se não bastasse não saber falar sobre o assunto, também não saberei guiá-lo para nenhum ponto histórico. História? Dois e meio. Até sei vagamente sobre a história do mundo, idade antiga e média vá lá, mas nada de detalhes, localizações e relações políticas, o que atrapalha um pouco, se considerarmos que vivemos em uma sociedade relativamente politizada para sobreviver. Física pode esquecer. Eu gosto, eu era boa na escola, até calculo a força de impacto e instante que aquele carro me atingirá se eu correr para o meio da rua; mas do ponto de vista de astrofísica, partículas e etc, já era.
 A questão é que eu seria inútil como guia turística do planeta, nem teria assunto para conversar, o que é triste. E pior!: supondo que no mundo restasse apenas eu e meu amigo ET acredito que eu teria que implorar para ser abduzida. Não sei controlar uma hidrelétrica para fazer luz, não sei fazer comida industrializada, não entendo de engenharia, economia, agronomia. Pior: não sei nem fazer sabonete! Deixa o mundo nas minhas mãos e eu escrevo um livro a respeito. Provavelmente sobre o fim do mundo. Provavelmente na areia, porque não haveria mais ninguém para ler mesmo.
 Somos tão pequenos e inúteis. Tão dispensáveis. Para falar a verdade, se eu fosse um extraterrestre nem me daria ao trabalho de passar por aqui.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

dilema

O barulho me faz bem. Abafa as vozes que gritam dúvidas na minha cabeça. Quisera eu ter vozes que gritassem verdades, mas sou um poço de perguntas sem respostas. Minto, tenho algumas respostas, algumas convicções, mas acredito que as mais inabaláveis são apenas mentiras reconfortantes. Ou virão a ser. Quanto mais respondo mais pergunto, quanto mais pergunto mais me frustro por não ter soluções. Ou sequer saídas...
O barulho me dá uma dor de cabeça fenomenal. Dessas que me levam a tomar remédio: eu, que mal tomo xarope para gripe.
O silêncio, então, me faz bem. Descansa a cabeça de tanta poluição, alivia a dor.
O silêncio me faz refletir sobre minhas percepções, meus erros, minhas convicções, meus medos, minhas aversões. E quando reflito busco soluções. E isso me dá uma dor de cabeça que só o barulho consegue encobrir.

"caminhando e cantando e seguindo a canção"