segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Meu primeiro contato com a Cerveja

 Todo mundo tem aquele dia na adolescência que dá vontade de experimentar um gole da cerveja do pai. Não é por nada não, mas não conheço uma pessoa que tenha gostado de cerveja na primeira vez. Eu detestei. E experimentei outras tantas vezes e detestei também. E agora tive um micro curso de degustação de cerveja e descobri que cerveja boa não é ruim. Entende? Nem eu...
 Mas essa é a história da Cerva, não de cerveja. Eu lembro dela, alta, magra, com um cara um pouco brava/entediada, mas que parecia legal. Era a primeira semana de aula, ainda na recepção dos calouros. Eu, na ânsia de fazer amigos que fossem ficar na turma B quando houvesse divisão (porque né, sacanagem, só conhecia gente cujo nome fica no começo do alfabeto!), decidi conversar com ela. Oi! Como você chama? Daniella. (droga... turma A). Eu sou a Natasha, quantos anos você tem? 24. (confesso que fiquei chocada. Primeiro porque ela não parecia ter 24, depois porque eu tava acostumada a só ter gente da minha idade falando comigo... tenho um certo pânico de pessoas mais velhas). E eu sei lá o que aconteceu em seguida, mas ela pareceu não gostar de mim e foi pro outro lado com cara de poucos amigos. Ou ao menos com cara de não minha amiga.
 Passou-se um ano antes que eu falasse com ela de novo. E não foi por opção, porque né, o tal pânico de pessoas que não gostam de mim antes de me conhecerem. Aconteceu da gente estar trancada na mesma sala com mais 5 pessoas, não tinha muita saída. Mas assim, depois desse um ano ela era legal pra caramba. Acho que fui eu que mudei. Perdi minha cara de quer-ser-minha-amiga e de totalmente perdida, perdi a cara de apenas mais uma na multidão de pessoas iguais com um boina amarela na cabeça.
 Esse era um daqueles momentos na vida que você tem duas opções: lembrar da sua primeira impressão (run for your liiiiife) ou ignorar e recomeçar. Eu não sei o que seria de mim se tivesse escolhido a primeira opção. Na verdade, não escolhi opção nenhuma. Porque, vamos combinar, qual a chance de eu lembrar desse ocorrido no exato momento em que comecei a falar com ela? Não lembrava, claro.
 E foi bom. Foi bom porque conheci uma pessoa que ficará para o resto da minha vida nas minhas lembranças. Aliás, na minha vida né, porque eu sou péssima de lembranças. Aquela que precisa ser a primeira a saber quando o psiquiatra me libera dos remédios. E a primeira a saber que quem sabe talvez, um dia, se o destino permitir, eu vá escrever um livro. E enfim, ela só não é a primeira pessoa querida da minha vida cujo aniversário eu esqueço. Eu já esqueci até o meu aniversário, até alguém me dar parabéns. Então desculpa, Cerva. Mesmo. Mas eu amo você, se isso serve de consolo =D você é especial na minha vida.

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