quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estupidez federal

 Final de ano todo mundo num clima vermelho e branco de mãos dadas nas ruas cantando "e então é natal, oq vc fez?". Tirando a cena com cara de globo de neve, fica a pergunta. E então? Então as pessoas respondem fácil: dei meu lugar no ônibus para uma grávida, ajudei uma velhinha a atravessar a rua, doei dinheiro pra caridade ou passei de ano. Esse último sou eu. É, eu passei de ano. Mas a pergunta séria, que todo mundo deveria se fazer algumas vezes na vida, é: e então você é adulto, oq vc fez? E a última resposta esperada de um ser humano qualquer deve ser "entrei armado em uma escola e dei tiros na cabeça de crianças". Sério, cara, o que você fez?!
 A tragédia do Rio me chocou. Criou altas reflexões, até mesmo sobre as implicações psicológicas na vida das crianças sobreviventes. Fazer uma escola ser divertida é tenso. Fazer uma escola ser divertida para uma criança que assistiu múltiplos assassinatos na última aula chega a ser tortura.
 Recentemente comecei a ouvir a expressão "explica, mas não justifica". Nada justifica oq esse moço fez. Minto, caso ele tenha vindo do futuro para impedir a morte da humanidade pelas mãos daquelas crianças esse episódio foi apenas um ato de legítima defesa. Eu, particularmente, duvido que isso seja real. Portanto, nada justifica. A pergunta que não quer calar é: então oq explica? Essa vou deixar no ar, não sei responder. Mas o que me deu arrepio na espinha não foi isso. Isso foi o choque e uma expressão de inconformada. Me deu arrepio e me encheu os olhos de lágrimas saber que algumas crianças mais velhas deitaram em cima de outras mais novas para proteger. Graças a Deus quando o mundo me dá motivos para acreditar que a sociedade está perdida surge alguém para falar que é pegadinha e ainda há esperanças.
 Outra grande droga que esse crime fez foi ofuscar o caso do menino em Goiás que confessa ter matado a namorada de sua irmã (sim, vc leu certo). Pura homofobia, que seria muito bem vinda nesse quadro atual de discussão da criminalização da homofobia no Brasil. Preconceito é um crime que pode culminar nessas merdas. A lógica para encarar o homossexualismo é simples, deixa eu explicar: ninguém precisa gostar, ninguém precisa ser forçado a ser, ninguém precisa sequer aceitar; mas precisa respeitar. Não gosto de homofobia tanto quanto não gosto de homossexual que não respeita a heterossexualidade dos outros (sim, isso existe, embora eu não veja com grande frequência).
 Fica aí uma descontração: Cientistas encontram esqueleto do que seria um homem pré-histórico homossexual (Estadão). Os esqueletos podem, os golfinhos podem, até o Nemo pode.
 Eu só desejo a paz mundial (Miss Simpatia).

PS: a teoria do Nemo é simples. Peixes palhaços mudam de sexo quando vivem com outro peixe palhaço do mesmo sexo. O que, pasmem, é exatamente a situação do Nemo com o pai dele. O pai dele, no entanto, já teve a mãe dele, enquanto o Nemo não teve ninguém. Deixo pra vcs a conclusão de quem mudou de sexo.

2 comentários:

  1. belo texto bombs. quase chorei quando li que as crianças mais velhas tentaram proteger as mais novas. ainda há esperança, né não? Murilo (Supimpa)

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  2. Bombss, vc eh genial... E deveria ser colunista! Fora isso, sempre preservo minha fé na humanidade. E a renovo toda vez que subo no HC e observo os acompanhantes lá, firmes e fortes, com uma aura de amor quase incondicional pelo parente ou amigo doente. Porque a fé que tenho na humanidade reside na nossa capacidade de amar, muito, pessoas que nem conhecemos. Como as crianças mais velhas, nesse caso.

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