Final de ano todo mundo num clima vermelho e branco de mãos dadas nas ruas cantando "e então é natal, oq vc fez?". Tirando a cena com cara de globo de neve, fica a pergunta. E então? Então as pessoas respondem fácil: dei meu lugar no ônibus para uma grávida, ajudei uma velhinha a atravessar a rua, doei dinheiro pra caridade ou passei de ano. Esse último sou eu. É, eu passei de ano. Mas a pergunta séria, que todo mundo deveria se fazer algumas vezes na vida, é: e então você é adulto, oq vc fez? E a última resposta esperada de um ser humano qualquer deve ser "entrei armado em uma escola e dei tiros na cabeça de crianças". Sério, cara, o que você fez?!
A tragédia do Rio me chocou. Criou altas reflexões, até mesmo sobre as implicações psicológicas na vida das crianças sobreviventes. Fazer uma escola ser divertida é tenso. Fazer uma escola ser divertida para uma criança que assistiu múltiplos assassinatos na última aula chega a ser tortura.
Recentemente comecei a ouvir a expressão "explica, mas não justifica". Nada justifica oq esse moço fez. Minto, caso ele tenha vindo do futuro para impedir a morte da humanidade pelas mãos daquelas crianças esse episódio foi apenas um ato de legítima defesa. Eu, particularmente, duvido que isso seja real. Portanto, nada justifica. A pergunta que não quer calar é: então oq explica? Essa vou deixar no ar, não sei responder. Mas o que me deu arrepio na espinha não foi isso. Isso foi o choque e uma expressão de inconformada. Me deu arrepio e me encheu os olhos de lágrimas saber que algumas crianças mais velhas deitaram em cima de outras mais novas para proteger. Graças a Deus quando o mundo me dá motivos para acreditar que a sociedade está perdida surge alguém para falar que é pegadinha e ainda há esperanças.
Outra grande droga que esse crime fez foi ofuscar o caso do menino em Goiás que confessa ter matado a namorada de sua irmã (sim, vc leu certo). Pura homofobia, que seria muito bem vinda nesse quadro atual de discussão da criminalização da homofobia no Brasil. Preconceito é um crime que pode culminar nessas merdas. A lógica para encarar o homossexualismo é simples, deixa eu explicar: ninguém precisa gostar, ninguém precisa ser forçado a ser, ninguém precisa sequer aceitar; mas precisa respeitar. Não gosto de homofobia tanto quanto não gosto de homossexual que não respeita a heterossexualidade dos outros (sim, isso existe, embora eu não veja com grande frequência).
Fica aí uma descontração: Cientistas encontram esqueleto do que seria um homem pré-histórico homossexual (Estadão). Os esqueletos podem, os golfinhos podem, até o Nemo pode.
Eu só desejo a paz mundial (Miss Simpatia).
PS: a teoria do Nemo é simples. Peixes palhaços mudam de sexo quando vivem com outro peixe palhaço do mesmo sexo. O que, pasmem, é exatamente a situação do Nemo com o pai dele. O pai dele, no entanto, já teve a mãe dele, enquanto o Nemo não teve ninguém. Deixo pra vcs a conclusão de quem mudou de sexo.
belo texto bombs. quase chorei quando li que as crianças mais velhas tentaram proteger as mais novas. ainda há esperança, né não? Murilo (Supimpa)
ResponderExcluirBombss, vc eh genial... E deveria ser colunista! Fora isso, sempre preservo minha fé na humanidade. E a renovo toda vez que subo no HC e observo os acompanhantes lá, firmes e fortes, com uma aura de amor quase incondicional pelo parente ou amigo doente. Porque a fé que tenho na humanidade reside na nossa capacidade de amar, muito, pessoas que nem conhecemos. Como as crianças mais velhas, nesse caso.
ResponderExcluir